Quem vê
Arthur Aguiar na novela “Rebelde”, da Record, nem imagina que ele não tem nada a ver com o seu personagem, o mauricinho Diego Maldonado. Na trama, Diego, de 17 anos, nasceu em uma família poderosa de políticos e empresários bem-sucedidos. Sempre teve tudo o que quis, menos a atenção do pai, um homem ocupdo e sem tempo para os filhos e a mulher. Em conversa descontraída com o TE CONTEI, o rapaz, de 22 anos, fala sobre sua maneira de vestir, os gostos musicais, o suposto namoro com uma colega de elenco e o sério problema de bebida alcoólica de seu personagem.
Assim como outros membros do folhetim, Arthur conta que tentou não se basear no personagem da versão mexicana da novela. “Quis criar a minha versão, dar a minha cara. Quis entender a essência, mas criar a minha versão. Vi algumas coisas, porque minha prima mais nova, na época com 7 anos, era fascinada pelo ‘Rebelde’ mexicano. Mas eu não vi tudo e tentei não me prender a isso. Acabei assistindo porque ela gostava muito da personagem Roberta”, revela.
É o primeiro papel do ator na televisão. Ele diz que a vontade de atuar foi um processo natural da vida. “Não sei quando me deu o clique de ser ator. Eu já tocava violão e resolvi fazer teatro com
Felipe Martins [ator e diretor]. Eu era nadador e nunca planejei isso”.
No folhetim, Diego Maldonato tem sérios problemas com a bebida alcoólica. No entanto, Arthur diz que até o momento não está bem definido se Diego é ou não um alcoólatra. “Isso pode ser só uma fase. Pode ser apenas uma coisa que ele está passando e, de repente, ele consiga superar isso, porque o alcoolismo é uma doença que não tem cura. É igual a qualquer dependência química. A pessoa sempre vai ter que se tratar”, explica, de maneira séria.
“Ele tem um problema com a bebida e usa isso para se libertar da pressão que o pai faz contra ele. É uma fuga. Mas, na verdade, ele está trocando um problema, que é muito mais fácil dele resolver, que é a questão do relacionamento com o pai, com o alcoolismo”, completa o rapaz.
Arthur diz que, mesmo com um papel tão difícil, está muito feliz com a repercussão da novela. “O que eu tento fazer não é só para alertar as pessoas que têm o problema, e sim, as pessoas que estão em volta. Os que têm o problema com a bebida dificilmente vão admitir que são alcoólatras, mas as pessoas que estão em volta vão começar a perceber que têm um amigo que age dessa forma, e assim poder ajudar. O primeiro passo é a negação e o Diego já fez isso”, relata. “Até agora não vi nenhum comentário positivo em relação à bebida. Ninguém, até agora, disse que achou isso legal, que achou engraçado. Sempre tem um contraponto: ou que isso acontece com alguém ou falam para o Diego parar de beber”, acrescenta.
O ator é diferente do personagem quase tudo. “Nunca tive problema com os meus pais. Sempre tive uma relação muito aberta. Minha mãe nunca me impôs nada, sempre foi de conversar. Se eu não podia fazer alguma coisa, ela falava: ‘Não pode por causa disso’. Ela nunca falou: ‘Você não vai fazer isso porque eu não quero’. Ela me explicou as coisas e sempre funcionou”, observa. “Outra questão é a de se vestir. O Diego e muito mauricinho. Usa blusa para dentro e camisa polo. Eu já sou mais largado”, descreve o ator, que está sempre camisa regata, bermuda e tênis.
Em um ponto, ao menos, ator e personagem são parecidos: os dois adoram música. Na vida real, o ator gosta de compôr suas próprias canções. “Gosto de tocar a música dos outros, mas quando quero escrever tento não me influenciar. Tenho escutado bastante
Maria Gadú e
Jack Johnson. São os estilos musiciais que eu gosto de ouvir”, diz.
A composição, ele diz, é outro processo bem natural. “Não tenho explicação para compôr as músicas. Elas simplesmente vêm, simplesmente acontecem. Antigamente, quando andava de moto, fazia muitas músicas nela. Ia andando e as letras iam surgindo na cabeça. Parava a moto e escrevia em uma agenda. Não tenho um momento certo para compor”.
